29 de março de 2010

Naquele fim de tarde numa praia



Hoje, enquanto lia mais um capítulo de Searching God Knows What de @donmilleris (thanks @thiagobomfim), tive mais um daqueles insights que te fazem correr para o computador e escrever alguma coisa. Então, foi isso o que pensei:

Geralmente em nossas Igrejas celebramos o momento da ceia de uma forma um pouco estranha se compararmos com a forma como Jesus e seus discípulos mal caráter fizeram: fazemos uma grande fila e caminhamos silenciosa e vagarosamente rumo ao altar onde comemos um pedaço de pão (bem pequeno) com um pouco de vinho (ou TANG de uva). Ou então, ainda silenciosamente, ficamos sentados em nossos bancos confortáveis enquanto somos servidos e em seguida nos curvamos e ficamos 30 segundos falando baixinho. E daí celebramos a ceia de Jesus, abraçamos nossos irmões (como diria a Cley) e voltamos para casa.

A ceia original é bem diferente dessa reloaded que praticamos. A ceia que Jesus comemorou (e esse é um assunto muito falado nessas dias de Páscoa) foi na verdade uma bela refeição preparada para seus discípulos. Havia muita comida, bebida e também muita conversa (uma das mais importantes que a Bíblia nos conta) - o principal objetivo dela era a comunhão entre as pessoas através de Jesus. E ele ordenou que continuássemos a fazer isso!

Ainda pensando no que Don me disse no livro me lembrei do momento da minha vida que talvez mais tenha se parecido com a ceia que Jesus fez (e não a reloaded eu repito).

Há vários meses reuni meus discípulos na minha casa e conversei com eles sobre a vida de Pedro e todos seus defeitos de caráter. Me lembro de ter comentado sobre o momento em que ele negou a Jesus mesmo depois de ter dito que morreria por ele e posteriormente o momento em que ele é questionado acerca do seu amor e recebe sua nova missão: apascentar as ovelhas de seu mestre.

Todos esses momentos na vida de Pedro foram regados de muitos sentimentos: culpa por ter negado, vergonha de reencontrar seu Mestre e a supresa de ver que ele não tinha desistido apesar de tudo. E detalhe: a conversa sobre a nova missão foi feita justamente após Jesus ter preparado um jantar para seus discípulos (Jo 21:1-23) numa praia (após a ressurreição). Teria sido esse jantar uma espécie de ceia?

No dia que compartilhei essa história com meus discípulos eu me inspirei nessa história e preparei uma mesa de jantar para eles com o objetivo de mostrar que apesar de todas nossas falhas, Jesus ainda é capaz de preparar uma refeição para nós e continuar a investir em nossas vidas!

Foi um momento realmente inesquecível e um tanto quanto inesperado. Todos sentados a mesa, comendo, conversando e compartilhando várias histórias de suas vidas... Não havia silêncio nem por um segundo. Houve muita alegria, piadas nonsense e comunhão. E eu fiquei lá pensando que talvez aquilo que vivemos tenha sido a ceia que Jesus espera que nós façamos e que talvez aquele nosso jantar não tenha sido tão diferente do que o que Jesus fez naquele fim de tarde numa praia.

Depois de tudo isso vejo que a ceia é muito mais do que uma fila mórbida e que mais uma vez, muitos de nós, não entenderam a mensagem de Jesus que de tão simples é complicada.

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