7 de fevereiro de 2010

Lição #1: Chega de aceitar a Jesus



Janeiro foi um mês diferente de todos os outros da minha vida: passei 30 dias fora de casa com o Projeto Diga ao Mundo na Estrada percorrendo 13 Igrejas, 10 cidades e 6 estados do Brasil realizando impactos evangelísticos. Com isso, acredito que pude aprender um pouco da realidade da Igreja Brasileira nos dias de hoje e, portanto, quero compartilhar com vocês as lições que aprendi e que provavelmente serão úteis para você (se é que você deseja fazer algo a respeito disso).

Cada lição estará sempre com a tag “Igreja fora da caixa” e será também inspirada nos capítulos do livro REFORMISSÃO do pastor Mark Driscoll (Igreja Mars Hill de Seattle) que também tenho lido.



Lição #1: CHEGA DE ACEITAR A JESUS
*ao som de Your love is a song, Switchfoot*

Ainda me lembro do dia em que aceitei a Jesus (ou pelo menos achava que estava fazendo). Eu estava num culto de idosos que acontecia no fim da tarde na minha Igreja porque eu queria a noite livre pra ir pra balada. Minha mãe meio que me empurrou com uma amiga para caminhar pelo templo timidamente ouvindo suspiros e o bater de palmas de pessoas bizarras que eu nunca havia visto. É... naquele dia eu aceitei a Jesus mas, a mudança de vida só veio meses depois.

Esse costume é muito facinante pra mim, é o meu momento favorito num culto: ver o olhar cheio de lágrimas de algumas pessoas que decidem mudar de vida. No entanto, preciso admitir que não é um costume infálivel - a verdade é que talvez a maioria faça isso sem sequer saber o que está fazendo.

Acho que foi por isso que durante esses dias de viagem não fizemos quase nenhum "apelo" nesse sentido. Sempre oramos pelas pessoas, falamos sobre essa nova vida mas, nos preocupamos primeiro em conhecê-las, ouvi-las. E eu tenho certeza que Jesus também faria isso.

Nós, como Igreja, somente "contabilizamos" as salvações baseado nos números de pessoas que levantam as mãos ou que vão a frente do púlpito. Parece que temos a incubência de carregar as pessoas para um culto para que somente assim elas conheçam o Evangelho e sinceramente? Nos dias de hoje precisamos reformular os meios sem mudar a mensagem (o Evangelho).

Se você esperar até que seu amigo entre na sua Igreja para que ele se torne um cristão você provavelmente irá perdê-lo no meio da caminho. Nesses dias de viagem entendi que não devemos esperar que isso aconteça, pelo contrário, precisamos levar a Igreja até essas pessoas.

Aceitar a Jesus é mais, muito mais do que um ato de levantar as mãos, é o início de um relacionamento! De que adianta aceitar a Jesus com os nossos métodos se ele não sabe que Jesus é esse?

Abaixo tem uma comparação muito interessante feita pelo Mark Driscoll em seu livro comparando a forma que costumamos apresentar Jesus e a forma como deveríamos fazer hoje:

Apresentação evangelística padrão:
1. Creia em Jesus e depois faça parte de uma Igreja.
Envangelismo participativo reformissional:
1. Faça parte de uma Igreja e depois creia em Jesus.

Padrão:
2. Apresentamos o Evangelho.
Reformissional:
2. Construimos uma amizade genuína e espiritual entre o cristão e não cristão.

Padrão:
3. Quem ouve é chamado para aceitar a Jesus.
Reformissional:
3. O não cristão observa o que é uma fé autêntica e um ministério abertamente e participa dele.

Padrão:
4. Se uma decisão de fé é tomada, a pessoa é aceita na Igreja.
Reformissional:
4. O Evangelho está presente naturalmente nas palavras e atos dentro da amizade.

Padrão:
5. Só então a amizade com a pessoa começa.
Reformissional:
5. A conversão do não cristão a Jesus segue-se a sua conversão às amizades cristãs e a Igreja.

Padrão:
6. O convertido é retirado de sua cultura e preparado para o ministério.
Reformissional:
6. A Igreja celebra a conversão de seus amigos.

Ah! E não pense que estou apenas falando de uma nova estratégia emergente! Estou falando de algo que tenho vivido. Hoje mesmo me relaciono com vários cristãos que tiveram a vida trasnformada por Jesus mas, que nunca levantaram a mão para aceitá-lo. Essa decisão foi feita durante o período em que nos relacionamos e não levou apenas um instante, foi o fruto de uma longa jornada.


Talvez, a história do Gustavo seja um bom exemplo.

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